segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Espada e Broquel

No campo de batalhas reservado apenas para os maiores heróis do mundo estavam frente a frente justamente os dois mais.
Ao fundo trovoes urravam de medo do que poderia resultar daquela tão épica luta. O vento soprava forte e temeroso, arrancando as arvores da colina. O ar se tornava rarefeito. A gravidade na inútil tentativa de parar o confronto dos dois mais fortes seres do mundo... Do universo, agora se fazia mais pesada.
-Prepare-se para sua primeira derrota, pois eu, o grande herói Zargaram sou seu desafiante – e fez Zargaram uma longa pose, regada de voltas, pulos e gritos mostrando suas habilidades.
-Calado! Pois eu sou o gigante herói Gamenom, ninguém pode vencer-me.
-Então eu sou o invencível Zargaram, filho do Deus Fogo!
-Então eu sou o perfeito, supremo e invencível, infinitamente Deus do Fogo, Gamenom.
-Hey! Estava combinado, nenhum de nós seria Deus de nada! – disse Zargaram cruzado os braços em gesto de reprovação.
-A culpa não é minha se você é fraco. Pobre mortal! – e fez Gamenom, a pulos e gestos descompassados sua pose de luta aos sons de “IÁ”.
O clima ficou tenso. Zargaram com fúria pegou sua espada e com agilidade sobrenatural que só um herói tem foi ao encontro do inimigo.
-Então sinta o poder de Zargaram, O DEUS DO RAIOOOOOOOOOOO!
-Ahhhhh! Mãe!
O golpe foi certeiro, a espada destruiu o escudo de Gamenom e pegou seu braço. Gamenom, o perfeito Deus do Fogo sentindo dor gritava, berrava, chorava. Sua força se esvaiu e até Zargaram em desespero urrava.
-Ahhh! Socorro! Socorro!
-Mãe! Meu braço!
-Tia, o braço!
-Ahhh!
-Ahhh!

(...)

Em três meses Gamenom já estava com o osso cicatrizado, agora, com sua espada de madeira lutava apenas contra inimigos imateriais. Isso evitaria aborrecimentos. Para o caso de novas brigas ficou convencionado que se descobririam irmãos gêmeos, DE FORÇAS IGUAIS, filhos dos antigos e falecidos Deuses supremos.
As mães prefiriam assim.


Espada e Broquel 29/10/2010